Provavelmente, você já ouviu falar sobre Inteligência Emocional ou já assistiu um podcast sobre esse assunto. A Inteligência Emocional vem ganhando muita notoriedade desde o meio acadêmico até o meio profissional, se tornando um requisito em processos seletivos e até mesmo um tema de desenvolvimento em equipes inteiras em grandes empresas.
Como uma das mais importantes soft skills, a Inteligência Emocional é inerente a profissionais que trabalham direta ou indiretamente com pessoas, além de ser um fator diferencial para quem quer cultivar bons relacionamentos e desenvolver seu autoconhecimento.
Neste artigo, vamos refletir sobre o que é a Inteligência Emocional e o seu papel na gestão de conflitos, mas antes vamos entender separadamente o conceito de inteligência e o que é “emoção”.
Durante muitos anos, a inteligência era definida pelo que se conhece popularmente como QI (quociente de inteligência), que nada mais é do que um parâmetro de medição do nível de inteligência de uma pessoa em relação a determinadas normas dentro de um padrão em sua faixa etária.
Ao longo dos anos, os profissionais de psicologia passaram a contestar resultados de testes de QI e aprofundaram estudos para definir melhor o que é a inteligência. Resumidamente, define-se como a capacidade de conhecimento, compreensão, aprendizado e de adaptação a diferentes situações.
Só em meados da década de 1980 que um psicólogo chamado Howard Gardner, desenvolveu a Teoria de Múltiplas Inteligências, elencando 9 tipos que um indivíduo pode ser “muito” ou “pouco” inteligente.
Os 9 tipos de inteligência são:
É a partir deste último item que chegamos a outra questão relacionada ao nosso tema: as emoções!
Depois de uma passada bem resumida para entender o que é a inteligência e os seus tipos, vamos agora entender um pouco sobre o conceito de emoção, para depois juntar as duas valências e entender a proposta e a importância de desenvolver a inteligência emocional.
Sem mais delongas, podemos definir emoções como reações naturais e inconscientes que são desencadeadas por estímulos externos. Esse processo é causado por um fator externo que sua mente reconhece automaticamente, provocando, sem seguida, uma determinada reação corporal involuntária.
O professor e neurocientista, Pedro Calabrez, exemplifica muito bem em suas palestras e conteúdos o que é uma emoção:
“Ao mergulhar em alto mar, você dá de frente com um tubarão. Sem qualquer comando consciente, seu cérebro descarrega adrenalina para o seu corpo, o seu sangue é jogado para seus braços e pernas (para fuga ou luta), enquanto sua pupila dilata (hiper foco) e o seu sistema digestivo relaxa, podendo ocasionar a liberação, se estiver cheio (o que chamamos de se borrar de medo)”.
Neste exemplo dado por Pedro Calabrez, todo esse processo químico-fisiológico e automático, é o que chamamos de medo, sendo essa e outras emoções, formas que o cérebro humano desenvolveu para a nossa sobrevivência e evolução.
Ao longo do tempo, cientistas da mente foram determinando diferentes quantidades de emoções básicas do ser humano, porém, em um estudo mais recente, foram elencadas 27:
Segundo Antônio Damásio, em seu best-seller “O Erro de Descartes”, a emoção é um fator preponderante para qualquer tomada de decisão de um indivíduo, o que descarta a ideia de que somos seres majoritariamente racionais.
As emoções possuem uma importância enorme em nosso desenvolvimento humano, seja para sobrevivência como também para a nossa convivência. Saber conviver é fundamental para uma espécie como a nossa que é, comprovadamente, social.
A espécie humana só chegou até aqui, domando outras espécies mais fortes, maiores, que voam ou nadam melhores, além de usar da natureza de maneira otimizada, porque utilizamos a nossa capacidade de viver e conviver em grandes grupos, formando sociedades inteiras que aprenderam a colaborar.
Desde a época em que éramos 100% instintivos até os dias de hoje, quando somos cada vez mais capazes de desenvolver raciocínio lógico, trocar conhecimento, deixar legados e desenvolver os mais avançados tipos de tecnologia, nós sempre precisamos cada vez mais saber lidar com o próximo e entender não apenas os outros, mas principalmente a nós mesmos. Essa é uma das principais premissas da Inteligência Emocional.
De acordo com a psicologia, inteligência emocional é a capacidade de identificar e lidar não apenas com as suas emoções e sentimentos, mas também as de outros indivíduos.
Um exemplo disso é uma pessoa que consegue absorver um estado emocional adverso e não deixar que isso a impeça de ser produtiva.
Situações de pressão psicológica como cumprimento de prazos, ou situações drásticas como um acidente coletivo, necessitam de foco, resiliência, calma e muita capacidade de se superar para que se esteja apto a uma boa tomada de decisão. Essa é uma das grandes vantagens da Inteligência Emocional.
De Charles Darwin, no século XIX, a Howard Gardner nos anos 80, a capacidade de “educar” nossas emoções vem sendo uma “tara” de cientistas da mente para entender mais a relação das emoções em nosso modo de viver.
Lembra quando mencionamos anteriormente as inteligências do tipo intra e interpessoal? Foi nesse momento que Howard Gardner abriu uma bela estrada para chegarmos ao conceito de Inteligência Emocional, que chegou ao seu ápice pelas mãos de Daniel Goleman, em sua obra best-seller chamada Emotional Intelligence, de 1995.
Daniel Goleman é um jornalista científico que se debruçou sobre a questão do comportamento humano, desenvolvendo este best-seller, tornando o tema da inteligência emocional extremamente popular e uma leitura obrigatória para qualquer pessoa que pretende trabalhar direta ou indiretamente com outras pessoas, além de aprimorar seu autoconhecimento.
Só para ter ideia da influência desse livro, mais de 5 milhões de exemplares foram vendidos e foi traduzido em 40 idiomas!
Um dos pontos mais importantes abordados no livro é a criação do conceito de QE , ou seja, uma versão do QI voltada para as emoções. A partir desse conceito, ele conclui que 80% do sucesso de uma pessoa está ligado ao seu QE e os outros 20%, ao QI.
Se tem uma situação em que a Inteligência Emocional faz toda a diferença, é quando estamos envolvidos em um conflito, seja você uma das partes ou como mediador.
São situações como divergências, preocupações ou incidentes, que levam as pessoas a brigarem de alguma forma. Isso pode acontecer desde duas pessoas que se desentenderam no trânsito à duas nações ou blocos inteiros que entram em guerra.
O importante é perceber que qualquer tipo de conflito não acontece de uma hora para a outra, mas que eles escalam, às vezes começando com uma pequena insatisfação contida e que não foi comunicada, até chegar a uma reação desproporcional.
Entendendo esse conceito, podemos começar a refletir sobre a importância da inteligência emocional para liar com os conflitos.
Em primeiro lugar, é importante que se entenda que os conflitos são inevitáveis ao longo da vida e que não devemos gastar nossa energia nos preocupando em evitá-los o tempo o inteiro. O que nós podemos escolher é como lidar com eles.
Todavia, a forma como vamos lidar com os conflitos é inerente ao nosso estado emocional, isso porque nossas reações e tomadas de decisão são, comprovadamente, mais influenciadas pela nossa emoção do que nossa razão. Estudos clínicos apontam que somos regidos pela nossa emoção em mais de 90% do tempo!
Saber lidar com conflitos traz consigo uma série de benefícios comportamentais, como aprender a dialogar melhor, desenvolver sua empatia, aumentar sua capacidade de resiliência, manter o foco mesmo com a pressão externa, etc.
Assim como a Inteligência Emocional, tudo isso que citamos são soft skills que você pode aprender a desenvolver separadamente, mas, começando a montar uma linha lógica, podemos entender que ao aprimorar ou desenvolver nossa Inteligência Emocional, pode fazer com que ela se torne uma locomotiva de várias outras soft skills, direta ou indiretamente.
Partindo da premissa de que a Inteligência Emocional é a capacidade de identificar e lidar não apenas com as suas emoções e sentimentos, mas também com as de outros indivíduos e que nosso estado emocional é primordial para a forma como lidamos com o mundo a nossa volta, podemos perceber que a Inteligência Emocional devidamente aprimorada, é a base para começar um entendimento geral do conflito, das pessoas envolvidas e como começar a lidar com a situação. Se houver um grande déficit de Inteligência Emocional, nós podemos ser engolidos pelas nossas emoções durante uma situação de estresse e a probabilidade de chegar a uma solução pacífica e benéfica é cada vez menor.
É de se considerar que as partes envolvidas podem estar muito mais sensíveis emocionalmente, dependendo do tipo de conflito em que estão envolvidas, mas se tem uma pessoa que não pode estar sensibilizada além do aceitável, é o mediador.
É válido ressaltar que a empatia é extremamente importante para o mediador durante o processo de chegada ao consenso, mas é vital que esse profissional tenha a clareza de entender igualmente os dois lados, já que seu dever primário é ser neutro e imparcial.
Portanto, quanto mais o mediador tiver a sua inteligência emocional aprimorada, maior será a sua capacidade de leitura do cenário do conflito e de entendimento das pessoas envolvidas.
Lembra que na definição de Inteligência Emocional, consta a capacidade de identificar e lidar com as emoções de outras pessoas? Pois é, o mediador tem o papel de saber trabalhar não apenas as suas emoções, mas das partes também, sendo uma espécie de termômetro ao longo do processo de mediação, evitando escaladas bruscas de tensão e aplicando ferramentas que possam ajudar a aliviar os ânimos.
Como tudo na vida, desenvolver a sua inteligência emocional precisa se tornar um hábito comportamental. Se nossas emoções são responsáveis pela forma como nos comportamos, é através de algumas práticas diárias de mudança de comportamento que você pode desenvolver melhor a sua inteligência emocional.
A seguir elencamos algumas dicas:
Vale pesquisar sobre cada uma dessas dicas, além de buscar mais leituras específicas sobre inteligência emocional e sobre as dicas citadas acima. Entretanto, a melhor dica que podemos dar é se tornar um aluno do maior e mais completo curso do mercado!
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2 Comments
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